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Mancha de óleo de vazamento da Chevron diminuiu, diz ANP

A mancha de óleo provocada pelo vazamento no Campo de Frade, operado pelo Chevron, registrou diminuição nos últimos dias. De acordo com nota oficial da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a área ocupada pela mancha passou de 12 quilômetros quadrados, no dia 18 deste mês para 2 km² na segunda-feira (21).
"No sobrevoo realizado ontem pelo helicóptero da Marinha, com técnicos do Ibama, foi verificada nova diminuição da mancha, que continua se afastando do litoral", diz o comunicado.
A ANP também garantiu que a fonte primária do vazamento está controlada. A afirmação é baseada na análise das últimas imagens submarinas captadas pelo ROV (sigla em inglês para veículo operado remotamente), recolhidas pela agência, além de dados e informações coletados no interior do poço.
"A exsudação está diminuindo, sendo observado apenas um ponto com pequeno fluxo", diz a nota da ANP, acrescentando que os trabalhos de cimentação definitiva do poço estão em andamento, sob supervisão de técnicos da agência que se encontram embarcados na plataforma SEDCO 706.
"Como o vazamento ocorreu a grande profundidade, é importante ressaltar que o óleo leva tempo considerável para chegar do fundo do mar até a superfície. Assim, outras manchas que aflorem na superfície não representam, necessariamente, um novo vazamento", acrescenta o órgão regulador.
O sobrevoo realizado por helicóptero da Marinha e acompanhado por técnicos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) constatou ainda que a mancha se afasta do litoral.

MULTA
 
A agência confirmou ainda que emitiu ontem dois autos de infração contra a Chevron Brasil Petróleo Ltda. O primeiro, às 13h, por não cumprimento do Plano de Abandono do Poço apresentado pela própria empresa à agencia. O segundo, às 16h, pela adulteração de informações sobre o monitoramento do fundo do mar. Os valores das multas serão definidos ao final do processo administrativo.
A petroleira americana Chevron pode ser punida em R$ 260 milhões pelo vazamento de óleo do campo de Frade, na bacia de Campos.
O valor inclui multas já aplicadas pelo Ibama, considerados os valores máximos, autuações da ANP e reparações cobradas na Justiça pelo governo do Rio. Há a possibilidade de o valor mudar caso haja novas punições.
A quarta maior petroleira do mundo ainda corre o risco de ser impedida de explorar o pré-sal, disse o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.

Por Folha