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UE quer compromisso 'por escrito' da Grécia para liberar ajuda

Algumas das maiores autoridades europeias reforçaram nesta segunda-feira que a Grécia precisa do compromisso "por escrito" de todos os partidos políticos a respeito das medidas de austeridade fiscal, como condição para receber novas parcelas da ajuda financeira. "Não há dúvida de que o novo governo grego vai proporcionar o compromisso por escrito aos sócios da eurozona", disse o primeiro-ministro Lucas Papademos, após um encontro com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em Bruxelas.
A chamada "troika" --a Comissão Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu-- exige que os partidos gregos firmem um consenso em torno das medidas de ajuste do deficit público e das reformas estruturais, antes de a nação receber o montante de 8 bilhões de euros, última parcela do socorro financeiro acordado no ano passado.
"Considero que a carta é necessária para eliminar incertezas e ambiguidades sobre as medidas que devem tomar no futuro os partidos que possam chegar ao poder", disse o premier grego, mas ressalvou que "cabe aos líderes dos partidos relevantes decidir como vão firmar esse compromisso".
Mais cedo, o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, declarou que o governo de união nacional que preside garantirá por escrito à zona do euro o cumprimento de seus compromissos.
"Não há nenhuma dúvida de que o novo governo grego irá firmar este compromisso por escrito", afirmou Papademos em uma declaração à imprensa depois de se reunir com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Papademos reuniu-se nesta segunda-feira em Bruxelas com Barroso e com o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, para apresentar seu programa de governo.
 
PLANO
 
Na sexta-feira passada (18), Papademos conversou com os chefes de missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão, que se deslocaram a Atenas para supervisionar os progressos alcançados com o programa de austeridade.
Os orçamentos de 2012, que preveem um quinto ano da contração da economia e mais desemprego, serão debatidos no Parlamento a partir do dia 3 de dezembro e, previsivelmente, serão aprovados no dia 7.
À beira da falência, a Grécia tem sido pressionada por seus credores --União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional-- a adotar medidas de austeridade para continuar a receber ajuda financeira.
As recentes medidas de aperto fiscal, como demissões e cortes em salários e aposentadorias, provocaram insatisfação na população, que tem realizado greves e manifestações.

Por Folha