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Espanha anuncia cortes de 8,9 bilhões de euros e aumento de impostos

O governo de Mariano Rajoy, novo primeiro-ministro da Espanha, anunciou nesta sexta-feira (30) que o déficit público do fim de 2011 rondará 8% do Produto Interno Bruto (PIB), mais do que os 6% que o governo anterior, do socialista José Luiz Rodriguez Zapatero, havia anunciado, e, assim, divulgou uma série de medidas de austeridade para tentar controlar a dívida espanhola.
O anúncio do pacote foi feito pela vice-presidente e porta-voz do governo, Soraya Sáenz de Santamaría, que destacou que o déficit é "muito mais elevado do que havia comunicado e comprometido o anterior governo". Para combater a crise, o governo Rajoy decidiu implantar medidas como o congelamento dos salários dos empregados públicos e cortes de gastos em diversas áreas.
Soraya Sáenz disse que o governo aprovou corte de despesa de 8,9 bilhões de euros por meio de um acordo que limitará o orçamento dos diferentes ministérios durante o primeiro trimestre do ano. Com relação às medidas de austeridade anunciadas, será mantido em 2012 o congelamento dos salários dos empregados públicos, será ampliada a jornada de trabalho na administração pública para 37,5 horas, e congelado o quadro de funcionários de todas as administrações, salvo dos serviços básicos.
Também ficará congelado, pela primeira vez na democracia espanhola, o salário mínimo interprofissional, que na Espanha é atualmente de 641 euros por mês. O governo aprovou aumentar durante dois anos o chamado Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF), no que diz respeito aos rendimentos de trabalho e "especialmente de capital". A única verba que o executivo aumentará será a relativa às pensões de aposentadoria, que serão aumentadas em 1% em 2012, o que corresponde ao reajuste previsto do Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Santamaría garantiu que as medidas adotadas nesta sexta-feira são apenas "o início do início" de um pacote de ajustes estruturais imprescindíveis para reduzir o déficit e dinamizar a economia espanhola. Mas ressaltou que seu governo quis "proteger os mais frágeis", aqueles que já não podem fazer mais sacrifícios. Assim, anunciou que, além da elevação nas aposentadorias, o governo vai manter a ajuda de 400 euros mensais pagos aos trabalhadores desempregados há muito tempo.
O governo de Mariano Rajoy foi eleito no fim de 2011 depois que o governo de Zapatero não conseguiu combater os problemas financeiros e econômicos da Espanha em meio à crise da dívida soberana que afetou diversos países da Europa, entre eles a Grécia, Portugal e a Itália.

Por Época