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Massacre de Realengo faz um ano e famílias de vítimas prestam homenagens

Em 7 de abril de 2011, o Rio de Janeiro se deparava com uma brutalidade sem precedentes no país. Um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, voltou à sala de aula, mas não para aprender. Wellington Menezes de Oliveira, munido de dois revólveres e cartuchos com recarregadores de uso militar, abriu fogo contra as crianças, matando 12 e ferindo dezenas. O maior massacre em uma instituição de ensino brasileira completa um ano e diversos eventos foram programados para lembrar a tragédia.
Às 15h deste sábado, ocorrerá uma passeata partindo da escola pelas ruas de Realengo. Famílias das vítimas, estudantes, professores e moradores do bairro deverão participar. Eles planejam também distribuir fitas verdes para os motoristas que quiserem mostrar solidariedade colocarem nos carros. Para o domingo pela manhã, às 9h30, também está programada uma missa em memória das vítimas, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, em Realengo.

O massacre
 
Antes de praticar o crime, Wellington gravou uma série de vídeos em que, de forma muitas vezes desconexa e confusa, explicava suas motivações e incentivava outras pessoas a seguirem o seu exemplo. Faz citações religiosas em uma colagem que incluía pregações católicas, neo-pentecostais e alusões ao islamismo. Nas imagens divulgadas ele se queixava de ter sofrido "bullying" no tempo em que estudou na Tasso da Silveira. E dizia que estava se vingando das humilhações sofridas. Wellington se matou, segundo a polícia, ao ser cercado por policiais.
“Era agredido, humilhado, ridicularizado. Às vezes que mais doíam eram quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam, debochavam e se divertiam, sem se importar com meus sentimentos. O que mais me irrita hoje é saber que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis”, afirmou.
Ele também deixou textos em que falava do planejamento do crime, do objetivo de se matar após a ação e dava orientações para o próprio enterro – não poderia ser tocado por “impuros” e doava para instituições que cuidam de animais a casa em que vivia, em Sepetiba, na zona oeste do Rio. Foi lá que a polícia descobriu o material, apreendido para investigação. A casa foi depredada e pichada após o crime.
Dez das vítimas eram meninas e todas tinham entre 12 e 14 anos. O crime sem precedentes no País fez com que a presidente Dilma Rousseff decretasse três dias de luto oficial e deixou aberta uma ferida que, para quem viveu a tragédia, não cicatrizou. A escola onde ocorreu o massacre foi reformada.
Por iG