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Para baixar juros, governo estuda mudar poupança

Dois dias depois de defender em cadeia nacional de TV a redução dos juros, a presidente Dilma Rousseff reúne hoje os líderes dos partidos governistas para discutir medidas econômicas que permitam baixar ainda mais as taxas bancárias e pode incluir na discussão mudanças na caderneta de poupança.
Como estratégia de seu governo, Dilma definiu reduzir os juros reais da economia para, no máximo, 2% ao ano até o fim do seu mandato. Mas, para isso, terá de alterar o rendimento das aplicações.
A medida, já tentada antes, tem caráter altamente polêmico, principalmente neste ano eleitoral.
Em pronunciamento na TV e no rádio anteontem, Dilma acusou uma "lógica perversa" do setor financeiro e cobrou dos bancos privados maior redução dos juros.
Segundo assessores, na reunião de hoje, a presidente pretende "preparar o terreno" para tratar das mudanças na poupança.
Dilma quer discutir o assunto com seus aliados, mas ainda avaliava a viabilidade política, já que este é um ano eleitoral e mudanças na poupança são vistas sempre com muita desconfiança.
Atualmente, a taxa de juros do Banco Central, descontada a inflação, está em 3,3% ao ano, nível mais baixo desde a década de 90.
Apesar de próximo ao piso de 2% ao ano desejado por Dilma, as reduções são mais difíceis hoje por esbarrarem em problemas como a remuneração da caderneta de poupança.

Por Folha