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Acidentes com moto na Rebouças dobram em 4 anos

O tráfego de motos na Rebouças é tão crítico que, cinco anos atrás, a avenida foi escolhida pela prefeitura para receber a "Faixa Cidadã" --um espaço preferencial para as motos trafegarem um pouco mais longe dos carros.
Quase ninguém respeitou, a ação fracassou e hoje a situação está bem pior: os acidentes desses veículos com vítimas mais que dobraram desde então. Saltaram de 62, em 2006, para 130, em 2010.
A disparada de 110%, além de ter sido maior que a expansão de 65% dessa frota, superou a das principais ruas e avenidas da cidade.
Não é à toa que a avenida Rebouças ocupa a sétima posição no ranking de ruas e avenidas com mais colisões, quedas e atropelamentos com motos e vítimas, segundo mapeamento feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2010. Em 2006, havia ao menos 11 avenidas na frente dela.
Na avaliação da CET, a disparada na Rebouças é resultado do crescimento "generalizado" dos casos na capital. Para ela, como a circulação de motocicletas ocorre "de maneira concentrada em algumas vias principais", elas tendem a sentir um reflexo mais significativo disso.
Na av. Alcântara Machado, que faz a ligação Leste-Oeste, porém, esses acidentes tiveram salto menor --de 36% em quatro anos ou de 50% durante cinco anos.
A CET diz que, após dois anos, trocou as placas da "Faixa Cidadã" porque os resultados mostravam a adesão de só 5% das motos.
Pelo projeto, elas deveriam circular na faixa do meio, ao lado do corredor de ônibus, evitando os espaços laterais entre os carros. Não havia, porém, obrigatoriedade nem punição. "Era delírio achar que haveria respeito", afirma Luís Antônio Seraphim, consultor em trânsito.
Experiências da CET como as motofaixas da Sumaré e Vergueiro também não resultaram em menos acidentes.

Por Folha