Bruno Covas nega oferta de propina e rebate crítica por 'ingenuidade'
Convidado a dar explicações sobre uma oferta de propina que supostamente teria recebido de um prefeito, o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), não compareceu à reunião do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo. Covas ofereceu suas explicações por carta.
No documento, voltou a afirmar que "falava em hipótese" ao relatar o oferecimento de R$ 5.000 por ter conseguido recursos para uma cidade.
"No dia 3 de agosto, concedi entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo' e, ao ser indagado sobre corrupção, citei um evento que tenho usado nos últimos anos em palestras, encontros e conversas para afastar qualquer tentativa de abordagem inadequada. Um exemplo didático que de tanto repetir, incorporei como discurso. Assim, acabei narrando o exemplo como fato."
Bruno Covas aproveitou a carta para alfinetar, sem citar nomes, aqueles que têm utilizado o episódio politicamente --nos bastidores do PSDB paulista, a leitura é de que ele foi ingênuo e falou mais do que devia, ainda mais para quem é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
"A entrevista em questão tem sido utilizada politicamente, uns me acusam de ingenuidade e inexperiência. E, isso me conforta. Afinal, o problema central que afeta a imagem dos nossos políticos no país não é ingenuidade, mas a falta de probidade e de caráter que permite o desvio de recurso e o uso inadequado do dinheiro público", atacou.
Leia abaixo a íntegra da carta de Bruno Covas:
"Senhor presidente, senhoras deputadas e senhores deputados
Tendo sido convidado por este Conselho de Ética, manifesto-me regimentalmente nos seguintes termos:
No dia 3 de agosto concedi entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" e ao ser indagado sobre corrupção citei um exemplo que tenho usado nos últimos anos em palestras, encontros e, conversas, para afastar qualquer tentativa de abordagem inadequada.
Um exemplo didático que de tanto repetir, incorporei como discurso e que tem como objetivo ressaltar os princípios republicanos que não se coadunam com qualquer oferecimento de vantagem, ou tráfico de influência. Assim, acabei narrando o exemplo como fato.
Insisto em minha manifestação teve a única finalidade de reafirmar por principio que abracei, inspirado no exemplo que puder testemunhar desde a mais tenra idade.
Sei que é a negativa firme peremptória que evitará que qualquer político se envolva em qualquer ato ilegal, imoral ou inapropriado. Ressalto, inclusive, passagem anterior da mesma entrevista que gerou polêmica: "Como senhor faz para coibir a corrupção na máquina pública?" - pergunta a repórter. E a resposta que segue: "Primeiro dando exemplo. Acho que na hora em que você dá o exemplo, você segura, contém o avanço. E é o primeiro não. O primeiro não que segura outras solicitações."
Essa é a conduta republicana que deve pautar a vida de qualquer político, não importa a que grupo o partido possa pertencer. Insisto que a correção e a honestidade, em meu ideário, são obrigação e não virtude.
Infelizmente, embora tenha afirmado na entrevista e em vários outro locais e momentos, a necessidade de dizer NÃO, o que ganhou repercussão, quase dois meses após a declaração, é se o exemplo é real ou hipotético.
A entrevista em questão tem sido utilizada politicamente, uns me acusam de ingenuidade e inexperiência. E, isso me conforta. Afinal, o problema central que afeta a imagem dos nossos políticos no País não é ingenuidade, mas a falta de probidade e de caráter que permite o desvio de recurso e o uso inadequado do dinheiro publico.
Sem mais pela presente reafirmo que estou À disposição caso não tenha esclarecido o fato em questão."
No documento, voltou a afirmar que "falava em hipótese" ao relatar o oferecimento de R$ 5.000 por ter conseguido recursos para uma cidade.
"No dia 3 de agosto, concedi entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo' e, ao ser indagado sobre corrupção, citei um evento que tenho usado nos últimos anos em palestras, encontros e conversas para afastar qualquer tentativa de abordagem inadequada. Um exemplo didático que de tanto repetir, incorporei como discurso. Assim, acabei narrando o exemplo como fato."
Bruno Covas aproveitou a carta para alfinetar, sem citar nomes, aqueles que têm utilizado o episódio politicamente --nos bastidores do PSDB paulista, a leitura é de que ele foi ingênuo e falou mais do que devia, ainda mais para quem é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
"A entrevista em questão tem sido utilizada politicamente, uns me acusam de ingenuidade e inexperiência. E, isso me conforta. Afinal, o problema central que afeta a imagem dos nossos políticos no país não é ingenuidade, mas a falta de probidade e de caráter que permite o desvio de recurso e o uso inadequado do dinheiro público", atacou.
Leia abaixo a íntegra da carta de Bruno Covas:
"Senhor presidente, senhoras deputadas e senhores deputados
Tendo sido convidado por este Conselho de Ética, manifesto-me regimentalmente nos seguintes termos:
No dia 3 de agosto concedi entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" e ao ser indagado sobre corrupção citei um exemplo que tenho usado nos últimos anos em palestras, encontros e, conversas, para afastar qualquer tentativa de abordagem inadequada.
Um exemplo didático que de tanto repetir, incorporei como discurso e que tem como objetivo ressaltar os princípios republicanos que não se coadunam com qualquer oferecimento de vantagem, ou tráfico de influência. Assim, acabei narrando o exemplo como fato.
Insisto em minha manifestação teve a única finalidade de reafirmar por principio que abracei, inspirado no exemplo que puder testemunhar desde a mais tenra idade.
Sei que é a negativa firme peremptória que evitará que qualquer político se envolva em qualquer ato ilegal, imoral ou inapropriado. Ressalto, inclusive, passagem anterior da mesma entrevista que gerou polêmica: "Como senhor faz para coibir a corrupção na máquina pública?" - pergunta a repórter. E a resposta que segue: "Primeiro dando exemplo. Acho que na hora em que você dá o exemplo, você segura, contém o avanço. E é o primeiro não. O primeiro não que segura outras solicitações."
Essa é a conduta republicana que deve pautar a vida de qualquer político, não importa a que grupo o partido possa pertencer. Insisto que a correção e a honestidade, em meu ideário, são obrigação e não virtude.
Infelizmente, embora tenha afirmado na entrevista e em vários outro locais e momentos, a necessidade de dizer NÃO, o que ganhou repercussão, quase dois meses após a declaração, é se o exemplo é real ou hipotético.
A entrevista em questão tem sido utilizada politicamente, uns me acusam de ingenuidade e inexperiência. E, isso me conforta. Afinal, o problema central que afeta a imagem dos nossos políticos no País não é ingenuidade, mas a falta de probidade e de caráter que permite o desvio de recurso e o uso inadequado do dinheiro publico.
Sem mais pela presente reafirmo que estou À disposição caso não tenha esclarecido o fato em questão."
Por Folha