Fifa faz alerta ao COI sobre os problemas enfrentados no Brasil
A Fifa alerta o Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre a crise que enfrenta no Brasil e adverte o movimento olímpico que fique atento a problemas legais no País. O Estado apurou com exclusividade que um documento foi elaborado pela Fifa e enviado ao COI com uma lista de problemas que a entidade máxima do futebol está enfrentando no Brasil, numa espécie de denúncia ao COI de que poderão enfrentar os mesmos problemas para a Olimpíada de 2016.
O COI e a Fifa têm trocado informações sobre a situação no Brasil, já que o País vai realizar a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O documento, porém, escancara a crise que vive a relação entre a Fifa, o governo brasileiro e o Comitê Organizador Local (COL).
Nas últimas semanas, o governo tem batido o pé em alguns pontos da preparação da Copa e insistido que a Fifa não terá o direito de mudar todas as legislações já existentes no País para adequar a seu projeto - mais especificamente em relação aos ingressos de meia-entrada e a venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol durante o Mundial. Há uma semana, a presidente Dilma Rousseff se reuniu em Bruxelas com a cúpula da Fifa para tentar esfriar os ânimos.
Mas o documento, tratado como sigiloso e que nem sequer passou pelo Brasil, listou ao COI uma série de problemas que a Fifa enfrenta e que considera ser um obstáculo também para os Jogos de 2016 no Rio.
Gilberto Felli, diretor dos Jogos no COI, explicou ao Estado que a diferença na preparação dos dois eventos é o grau de exigência do COI, antes de dar o direito de o Brasil receber a Olimpíada de 2016.
Segundo ele, grande parte das preocupações e problemas enfrentados pela Fifa com o governo hoje não será repetida em 2016 porque já existe um contrato com a cidade do Rio e compromissos claros, todos assinados antes de a capital carioca ter sido escolhida. Mas admitiu que os problemas enfrentados hoje pela Fifa fazem a entidade estar mais atenta com a situação no Brasil.
PROTECIONISMO
Segundo Felli, o que de fato preocupa o COI é a tendência "protecionista" que ganhou força no governo brasileiro nos últimos meses. "Há essa tendência e vamos ver como ela vai nos afetar", disse. "Há um esforço no Brasil para apoiar o que é local", insistiu.
Em diversos setores da economia, o governo Dilma tem adotado restrições a estrangeiros, fechado mercados, aumentado tarifas e exigido que empresas nacionais participem de projetos que ocorram no Brasil.
O que o COI teme é que isso se repita na preparação dos Jogos, principalmente no oferecimento de certos serviços que a entidade tem contratados com empresas estrangeiras.
Outra cobrança do COI será em relação à definição sobre a participação de cada poder na preparação dos Jogos. "Queremos ter uma maior clareza sobre isso", disse Felli, que visita o Brasil no início de novembro. O COI já cobrou do País mais de uma vez rapidez na definição da matriz de responsabilidade de cada nível de governo com relação aos custos da Olimpíada.
Para ele, até o fim do ano, o COI quer um plano concreto do que é o orçamento para os Jogos Olímpicos e principalmente para a infraestrutura.
Procurado pelo Estado, o Comitê Organizador Local de 2014 (COL), responsável pela Copa do Mundo no Brasil, disse que os problemas levantados pela Fifa e relatados ao COI são de responsabilidade da entidade máxima do futebol e que não se manifestaria sobre o assunto.
Nas últimas semanas, o governo tem batido o pé em alguns pontos da preparação da Copa e insistido que a Fifa não terá o direito de mudar todas as legislações já existentes no País para adequar a seu projeto - mais especificamente em relação aos ingressos de meia-entrada e a venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol durante o Mundial. Há uma semana, a presidente Dilma Rousseff se reuniu em Bruxelas com a cúpula da Fifa para tentar esfriar os ânimos.
Mas o documento, tratado como sigiloso e que nem sequer passou pelo Brasil, listou ao COI uma série de problemas que a Fifa enfrenta e que considera ser um obstáculo também para os Jogos de 2016 no Rio.
Gilberto Felli, diretor dos Jogos no COI, explicou ao Estado que a diferença na preparação dos dois eventos é o grau de exigência do COI, antes de dar o direito de o Brasil receber a Olimpíada de 2016.
Segundo ele, grande parte das preocupações e problemas enfrentados pela Fifa com o governo hoje não será repetida em 2016 porque já existe um contrato com a cidade do Rio e compromissos claros, todos assinados antes de a capital carioca ter sido escolhida. Mas admitiu que os problemas enfrentados hoje pela Fifa fazem a entidade estar mais atenta com a situação no Brasil.
PROTECIONISMO
Segundo Felli, o que de fato preocupa o COI é a tendência "protecionista" que ganhou força no governo brasileiro nos últimos meses. "Há essa tendência e vamos ver como ela vai nos afetar", disse. "Há um esforço no Brasil para apoiar o que é local", insistiu.
Em diversos setores da economia, o governo Dilma tem adotado restrições a estrangeiros, fechado mercados, aumentado tarifas e exigido que empresas nacionais participem de projetos que ocorram no Brasil.
O que o COI teme é que isso se repita na preparação dos Jogos, principalmente no oferecimento de certos serviços que a entidade tem contratados com empresas estrangeiras.
Outra cobrança do COI será em relação à definição sobre a participação de cada poder na preparação dos Jogos. "Queremos ter uma maior clareza sobre isso", disse Felli, que visita o Brasil no início de novembro. O COI já cobrou do País mais de uma vez rapidez na definição da matriz de responsabilidade de cada nível de governo com relação aos custos da Olimpíada.
Para ele, até o fim do ano, o COI quer um plano concreto do que é o orçamento para os Jogos Olímpicos e principalmente para a infraestrutura.
Procurado pelo Estado, o Comitê Organizador Local de 2014 (COL), responsável pela Copa do Mundo no Brasil, disse que os problemas levantados pela Fifa e relatados ao COI são de responsabilidade da entidade máxima do futebol e que não se manifestaria sobre o assunto.
Por Estadão