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FMI alerta para riscos de propagação da crise para a Ásia

As pressões inflacionárias na Ásia permanecem elevadas, apesar do crescimento econômico mais lento. E enquanto uma pausa na alta da taxa de juros pode ser justificada em alguns países, em outros o aperto monetário precisa continuar. É o que disse hoje o Fundo Monetário Internacional em seu informe "Perspectiva Econômica Regional". O FMI afirmou que os riscos de curto prazo estão "decididamente" maiores e avisou que uma piora na turbulência financeira na zona do euro poderia representar um "extremo" risco para a Ásia.
No entanto, o FMI previu que o PIB da região da Ásia-Pacífico deve crescer 6,3% este ano e 6,7% no próximo, em torno de 0,5 e 0,2 ponto porcentual a menos do que as previsões feitas em abril, respectivamente. "No geral, estamos vendo uma forte demanda doméstica e isso está, em grande medida, protegendo a Ásia das incertezas nas economias avançadas", disse Anoop Singh, diretor do departamento de Ásia e Pacífico do FMI.
Enquanto a China tem espaço para conceder mais estímulo fiscal, se necessário, isso deve ser feito através do consumo, em vez de investimento, para ajudar a reequilibrar as desigualdades que se acumularam, afirmou Singh. A alta alavancagem em derivativos cambiais também torna os investidores vulneráveis a uma perda de confiança, o que poderia interromper o financiamento dos fundos bancários.
Em seu relatório de outubro, o FMI observou ainda que, em uma grave recessão global, o crescimento do PIB da Ásia-Pacífico poderia cair de 1,5 a 4 pontos porcentuais em relação às taxas atuais.

Por Veja