|

Marcha contra a corrupção reúne 20 mil em Brasília

A 2ª Marcha contra a Corrupção e a Impunidade tomou a Esplanada dos Ministérios hoje (12) em Brasília. Segundo a Polícia Militar, cerca de 20 mil pessoas participaram do evento em defesa do fim do voto secreto no Poder Legislativo, da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e da manutenção das atribuições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Carregando a bandeira do Brasil e um grande desenho de uma pizza, os manifestantes saíram da Praça da República e foram até a Praça dos Três Poderes, onde estão localizados o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo; o Supremo Tribunal Federal (STF), sede do Poder Judiciário; e o Congresso Nacional, sede do Poder Legislativo.
Segundo a idealizadora do evento, Lucianna Kalil, a ideia de ir às ruas contra a corrupção ganhou força, inicialmente, por meio de redes sociais na internet. “O povo se movimenta para tanta coisa, consegue se juntar para tomar cerveja, para ver uma partida de futebol, para fazer outros tipos de marchas. E por que não se juntar contra a corrupção que é um mal que afeta todo mundo, ricos e pobres?”, disse.
De acordo com Luciana Kalil, o movimento é apartidário e o dinheiro necessário para a sua realização veio da venda de camisetas para organizar a marcha. Além do Movimento contra a Corrupção Eleitoral, a marcha contou com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O presidente da CNBB e cardeal arcebispo de Aparecida, d. Raymundo Damasceno Assis, condenou a corrupção política no País e convocou os brasileiros a denunciarem. O desabafo foi feito durante as festividades no Santuário Nacional de Aparecida. "Não podemos concordar com nenhuma forma de corrupção, pois os recursos são da população", afirmou. "A Igreja pede que as denúncias sejam investigadas".
De acordo com o cardeal, as redes sociais estão exercendo um importante papel na mobilização contra a corrupção e criticou os deputados. "O Congresso está fazendo mais uma reforma eleitoral do que política".
 
Marchas aconteceram em todo o país


A passeata organizada pelo Movimento Contra a Corrupção tomou a orla de Copacabana, na zona sul do Rio, no início da tarde desta quarta-feira (12). Segundo estimativa da Polícia Militar (PM), cerca de 2 mil pessoas aderiram ao protesto. Entre as reivindicações, os manifestantes pediam a aprovação do projeto Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF) e a transformação da corrupção em crime hediondo.
O movimento ganhou a adesão de organizações não-governamentais como Rio de Paz e Greenpeace. Muitos se vestiram de preto e alguns carregavam vassouras verde-e-amarelas, numa alusão à faxina no setor público.
Em São Paulo, cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, foram à Avenida Paulista protestar contra a corrupção. Os manifestantes, que pintaram o rosto e carregaram bandeiras do Brasil, pediram também que 10% do PIB sejam investidos em educação.
Um manifestante foi preso após quebrar as vidraças de uma lanchonete e de um banco. Segundo a polícia, o jovem, que foi preso, é um skinhead.
Por Época