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Meirelles vai para o PSD e pode disputar a Prefeitura de São Paulo

A impressão de líderes partidários sobre o potencial eleitoral do ex-presidente do Banco Central (2003-2010) Henrique Meirelles continua forte. Depois de ser cogitado como nome para a vice-presidência da República na chapa encabeçada por Dilma Rousseff, Meirelles pode agora surgir como candidato a prefeito de São Paulo. Para viabilizar a possibilidade, Meirelles aproveitou esta sexta-feira (7), último dia do prazo para filiações partidárias para as eleições de 2012, para se filiar ao PSD e mudar o domicílio eleitoral para São Paulo.
Meirelles, que atualmente é presidente do Conselho Público Olímpico, órgão criado para coordenar as obras necessárias à realização das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, foi recrutado pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o idealizador do PSD. Nesta sexta, ao confirmar a mudança de seu domicílio eleitoral de Anápolis (GO) para São Paulo, Meirelles foi evasivo sobre a possibilidade de se candidatar. “Vamos ver”, disse ele ao portal G1. Se for para a disputa, Meirelles não chegará sem saber onde está pisando. Ele é atualmente presidente do Conselho Diretor da Associação Viva o Centro, uma entidade que atua buscando o desenvolvimento da região central de São Paulo. Seu mandato de dois anos expira neste ano. Até a filiação do ex-presidente do Banco Central, o favorito para disputar a Prefeitura de São Paulo era Guilherme Afif Domingos, atual vice-governador do Estado e que, como Kassab, deixou o DEM rumo ao PSD. Se o plano inicial for mantido, o PSD não perde nada. Ao levar Meirelles para o PSD, Kassab consegue também trazer um nome de peso para a sigla, que até agora tem uma grande quantidade de políticos sem expressão nacional.
A especulação sobre a possível candidatura de Meirelles acirra ainda mais a disputa pelo controle da maior cidade do país. O ex-presidente Lula, que comanda as alianças do PT para as eleições de 2012, estabeleceu São Paulo como a prioridade do partido pois a cidade virou, segundo ele, a "principal trincheira da oposição" ao "projeto nacional" do Partido dos Trabalhadores. Lula tenta viabilizar a candidatura do Ministro da Educação, Fernando Haddad (cujas chances de vitória ainda são duvidosas), mas enfrenta resistência dentro do partido. A senadora Marta Suplicy, que já comandou a cidade, é um dos nomes mais fortes, e conta com apoios como o do líder do governo federal na Câmara, Cândido Vaccarezza. Seu ex-marido e também senador Eduardo Suplicy também quer a vaga. E, recentemente, o nome do deputado federal Carlos Zaratini foi outro que surgiu dentro do PT para disputar o cargo.
Aliado do PT no plano nacional, o PMDB terá candidato próprio. O nome escolhido é o do deputado federal Gabriel Chalita (ex-PSDB e ex-PSB), cujo nome foi referendado pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Outro nome que o PT provavelmente apoiaria em um eventual segundo turno é do ex-vereador Netinho de Paula (PC do B), que ficou perto de uma vaga no Senado no ano passado.
O PSDB, a sigla que Lula diz estar "entricheirada" em São Paulo, deve realizar prévias. Há quatro nomes cotados entre os tucanos. O mais forte é o de José Serra, candidato a presidente da República em 2010, mas que ainda não divulgou seus planos para 2012. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e os secretários estaduais Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia) também estão na disputa.
Outros que são pré-candidatos são o ex-deputado federal Celso Russomano (PRB), o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT), presidente da Força Sindical, a ex-vereadora Soninha Francine (PPS) e Luiz Flávio Borges D’Urso (PTB), presidente do escritório paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.

Por Época