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Onze PMs são denunciados por homicídio triplamente qualificado

O procurador-geral da Justiça do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, anunciou nesta segunda-feira (10) que 11 policiais militares foram denunciados por homicído triplamente qualificado e formação de quadrilha. Os PMs são acusados de participação no assassinato da juíza de São Gonçalo, Patrícia Acioli, executada na noite de 11 de agosto.
O Ministério Público Estadual do Rio também pediu a transferência do coronel Claudio Luiz Oliveira e do tenente Daniel Benitez para um presídio federal, para que os dois sejam colocados em Regime Disciplinar Diferenciado. O objetivo é evitar que os dois acusados possam interferir no processo, por exemplo ameaçando testemunhas.
Na última sexta-feira (7), a Justiça decretou a prisão preventiva de sete policiais militares, e a suspensão e entrega de armas de outros seis PMs. O Coronel Oliveira e tenente Benitez foram presos dias antes, acusados de ser os mandantes do crime. Os policiais estariam envolvidos com milícias, e ficavam com o 'espólio' do tráfico: organizavam operações em favelas, mas não apresentavam as drogas e armas apreendidas à delegacia. Os acusados negam as acusações.
Segundo o MP, a prisão de um major, em janeiro deste ano, foi o estopim para que o grupo de 11 policiais decidisse matar Patrícia Acioli. O major foi preso por assassinar e forjar um auto de resistência para esconder o crime. O caso evidenciou a ligação entre os policiais de Niterói e São Gonçalo, e as investigações poderiam levar à prisão do coronel. Segundo depoimento de uma testemunha, o assassinato de Acioli foi organizado pelo tenente Benitez, e Patrícia teria escapado de pelo menos duas tentativas de assassinato até finalmente ser executada em agosto.
 
O crime 
 
Patrícia Lourival Acioli, juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada com 21 tiros de pistolas de calibres 40 e 45 dentro de seu carro na noite do dia 11 de agosto. Ela voltava para casa quando o carro foi interceptado na porta de sua residência em Piratininga. Segundo a perícia, oito dos 21 tiros foram disparados diretamente no vidro do motorista. 

Por Época