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DEM e PSDB cedem vaga em CPI para Jarbas e PSOL

O DEM e o PSDB vão ceder duas vagas da oposição na CPI do caso Cachoeira para os senadores Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Como Jarbas é dissidente do PMDB e não seria indicado pelo partido, e o PSOL não tem número suficiente de parlamentares para ocupar uma cadeira da CPI, os oposicionistas decidiram indicá-los como suplentes.
A estratégia é fortalecer os nomes da oposição na CPI. Ex-governador de Pernambuco, Jarbas é um crítico ferrenho do governo e promete mirar o PT e a ligação da empresa Delta com o empresário Carlos Augustos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, nos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.
"O PMDB não me indicaria nunca. Vou ter o cuidado de apurar, mas acho que a gente tem que ouvir o Cachoeira e a Delta, que está envolvida até o pescoço. A CPI tem como missão ir a fundo nisso", afirmou.
O PSOL é autor do processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado, que investiga as ligações do parlamentar com Cachoeira.
Randolfe disse que vai defender a ampla investigação na CPI, sem qualquer blindagem governista.
Apesar da intenção do Palácio do Planalto de blindar o governo nas investigações, a oposição diz acreditar que não haverá manobras que impeçam a apuração de todas as ramificações do caso Cachoeira. "Isso é impossível diante da evidência dos fatos. A CPI não vai ser objeto de tentativa de blindagem", disse o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN).
Para Jarbas, a CPI do caso Cachoeira vai ser "diferente" de outras que acabaram sem resultados práticos ao seu final.
"As outras que a gente achava uma farsa não eram subescritas pelo governo. O PT disse que queria apurar. A farsa sempre tem um limite."
 
CPI
 
A vice-presidente do Congresso, Rose de Freitas (PMDB-ES), já acertou com líderes dos partidos que a CPI do Cachoeira será criada amanhã, às 10h30.
O requerimento que pede a instalação da CPI será lido no plenário, em sessão do Congresso, o que significa que a comissão poderá começar a funcionar. O primeiro passo é a indicação dos membros pelos líderes de partidos.
A expectativa é que a composição da CPI esteja completa na semana que vem. Ontem, o pedido de criação da CPI foi protocolado na Mesa do Congresso com as assinaturas de 67 senadores e 340 deputados. Número mais do que suficiente para garantir a instalação. São necessários 171 na Câmara e 27 no Senado.
A CPI vai investigar as informações obtidas pela Polícia Federal, por meio das operações Vegas e Monte Carlo sobre jogos de azar, que indicam o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira.

Por Folha