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'Não queremos nos tornar outro Orkut', diz criador do 'SongPop' sobre sucesso no Brasil

O fundador da empresa que criou o jogo "SongPop", Mathieu Nouzareth, veio ao Brasil para, entre outras coisas, fechar parcerias publicitárias relacionadas ao jogo. O motivo principal: apesar do sucesso do "SongPop" no país, os brasileiros compram muito pouco dentro do aplicativo em comparação com outros países, o que torna necessário buscar outras formas de receita. 
"Para se ter uma ideia, o número de compras dentro do app no Brasil é cerca de 20 vezes menor do que nos Estados Unidos. Precisamos recorrer a publicidade aqui", afirmou Nouzareth, executivo-chefe da Fresh Planet, responsável pelo jogo.
No "SongPop", que tem versões para iOS, Android e Facebook, dois jogadores se enfrentam ouvindo trechos de músicas e tentando acertar o nome delas ou dos artistas correspondentes, diante de cinco alternativas. Quanto mais rápido o acerto, maior o número de pontos obtidos.
Os jogadores têm que escolher listas de reprodução para os embates, entre várias opções disponíveis. A pontuação do jogo são moedas que podem ser usadas para comprar novas listas de reprodução. Se quiser, um jogador pode comprar as moedas do game com dinheiro real, e essa é a principal fonte de receita do "SongPop", que é gratuito.
No Brasil, para compensar o baixo nível de compras dentro do app, o "SongPop" acabou de fechar parceria comercial com a rede de lanchonetes Burger King. 
Nouzareth foi quem teve a ideia inicial do jogo. Ele diz que o "SongPop" não foi baseado no "Draw Something", game social com tipo de interação bem semelhante em que usuários tentam adivinhar desenhos uns dos outros.
"O 'SongPop' foi inspirado num outro jogo nosso, 'We Are Music'. É uma versão simplificada desse jogo, que era complexo demais. Tivemos a ideia antes de o 'Draw Something' ter sido lançado", disse Nouzareth.
O "SongPop" tem cerca de 4 milhões de usuários ativos por dia, de acordo com Nouzareth, dos quais quase 20% estão no Brasil. O empresário não sabe o motivo da popularidade no país --o jogo só é maior nos Estados Unidos.
"Só não queremos nos tornar outro Orkut. Queremos durar mais que o Orkut", afirmou ele, referindo-se à decadência da rede social, que também é especialmente popular no Brasil.
Para manter o "SongPop" em alta, a Fresh Planet quer torná-lo, aos poucos, uma plataforma para descobrir novas músicas, mais do que um jogo. Parceria com lojas digitais e serviços de streaming de música têm sido procuradas.
Mas Nouzareth, que está há mais de dez anos no mercado de jogos casuais (a Fresh Planet foi a terceira empresa de games do tipo que ele fundou), reconhece a possibilidade de que o "SongPop" seja um sucesso efêmero.
"O que interessa não é o começo, nem o pico, mas como o jogo se comporta na fase em que sua popularidade se estabiliza. Precisamos ver como o 'SongPop' vai se comportar nessa fase. É isso que nos interessa", disse ele.

Por Folha