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Cade aprova fusão entre Sadia e Perdigão

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou hoje, por quatro votos a um, a fusão entre as empresas Sadia e Perdigão. As duas formaram a Brasil Foods, a maior produtora de alimentos processados do país. A fusão tinha sido anunciada em 2009, mas as discussões se intensificaram em junho de 2010, quando um dos conselheiros do Cade, Carlos Ragazzo, pediu veto à fusão, alegando que a concentração de mercado da nova empresa poderia provocar aumentos no preço dos alimentos e inflação.
Foram doze reuniões entre executivos da Brasil Foods e conselheiros do Cade, a última delas foi até o fim da noite de ontem. Tudo para evitar que a fusão fosse barrada. A sessão de julgamento estava prevista para as 10h de hoje, mas começou com uma hora de atraso.
O acordo prevê a suspensão da venda dos produtos da marca Perdigão, por períodos distintos. Por 3 anos, sairão do mercado presunto, pernil, tender, linguiça e paio. O salame Perdigão sai por 4 anos. Lasanhas, pizzas e congelados Perdigão estarão fora das gôndolas por 5 anos. A Batavo terá que suspender por quatro anos a venda de produtos derivados de carnes processadas, como hambúrguer e salsicha. Nenhuma nova marca poderá substituir as que estão sendo suspensas. A decisão afeta 80% da produção da Perdigão.
O conselheiro Carlos Ragazzo foi o único voto contrário à fusão, e citou trechos de seu relatório de junho de 2010 para justificar seu voto. Segundo ele, a tendência dos consumidores da Perdigão é migrar para produtos Sadia quando não encontram seus preferidos nas gôndolas. Por isso, a competitividade não estaria garantida no setor, o que cria um "cenário extremamente danoso", com prejuízos principalmente para as classes C e D.

Por Época